Em 2023, o Brasil viu uma queda na taxa de desemprego, atingindo 7,5%, o menor índice desde 2014, quando estava em 6,6%. Contudo, o Banco Central mantém cautela diante da evolução das contratações devido aos efeitos da inflação no mercado de trabalho.
Para 2024, projeta-se um crescimento mais modesto nas atividades econômicas, com o salário real desacelerando e não acompanhando de forma significativa a inflação. Diante desse cenário, surge a pergunta: como lidar com a inflação no mercado de trabalho? Aqui estão algumas dicas que podem ajudar.
O que é inflação?
Inflação é o aumento contínuo dos preços de bens e serviços na economia. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o principal indicador utilizado para medir a inflação no país. Calculado pelo IBGE, é baseado na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), refletindo a variação dos custos da cesta de produtos e serviços consumidos pela população.
Como a inflação afeta o mercado de trabalho?
A inflação afeta diretamente o poder de compra do consumidor, influenciando nos preços dos produtos e serviços. Isso pode diminuir os gastos, afetando setores como lazer e varejo. Além disso, influencia os custos de produção, matérias-primas e salários, afetando os resultados das empresas.
Inflação no mercado de trabalho: como lidar?
O setor de Recursos Humanos deve estar estrategicamente preparado para lidar com os efeitos da inflação. Identificar e mitigar os riscos, fazer um planejamento salarial, realizar pesquisas salariais e atualizar tabelas são passos essenciais.
Além disso, a gestão dos benefícios dos colaboradores e o apoio de soluções tecnológicas são fundamentais para uma abordagem eficaz.
Identifique e mitigue os riscos da inflação para a empresa
Estamos caminhando para a estabilização da inflação. Segundo a projeção do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, o IPCA deve fechar o ano em torno de 3,86%, quase a metade se comparada com 2022, quando atingiu 6,4%. Entretanto, mesmo em um cenário positivo, é essencial entender os efeitos provocados pela alta da inflação.
Nesse sentido, é importante identificar os riscos e elaborar um plano para mitigá-los. Vale lembrar: esta é uma responsabilidade que abrange todos os setores, uma vez que a inflação atinge toda a empresa. Portanto, o ideal é que colaboradores das mais diversas áreas se envolvam na gestão.
Uma vez elaborado, o plano para gerir a inflação precisa ser revisado periodicamente, para garantir que a evolução dele esteja de acordo com o cenário atual.
Faça um planejamento salarial
Além do IPCA, outro indicador que mede a inflação no país é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que entrevista apenas famílias com até cinco salários mínimos. Na prática, os dois índices são usados como base para mensurar a inflação, bem como para decidir o aumento do salário mínimo estipulado pelo governo.
Previsto pelo art. 611 da CLT, o reajuste salarial é obrigatório e tem como objetivo garantir que os trabalhadores sejam remunerados corretamente e não tenham prejuízos. Portanto, para manter o compliance e não ter problemas posteriores com as leis trabalhistas é importante fazer a gestão estratégica de remuneração dos colaboradores.
Para calcular o reajuste é preciso ter acesso aos cargos e salários dos colaboradores e saber a porcentagem do reajuste.
Com uma boa gestão de remuneração, o RH evita surpresas na folha de pagamento, e proporciona uma compensação justa aos colaboradores. Via de regra, os reajustes são definidos no mês de maio, mas é preciso ficar atento ao mês estipulado junto ao sindicato de cada categoria. A data-base é sempre no dia 1º do mês definido. Caso a correção não tenha sido feita no prazo, o RH precisa calcular o ajuste retroativo, considerando os meses em atraso.
Pesquisa Salarial e Atualização da tabela salarial
Em conjunto com o planejamento salarial, é importante também fazer a pesquisa salarial, um passo fundamental para organizações e profissionais que buscam compreender a faixa salarial vigente em determinado setor ou região além de manter a tabela salarial atualizada. Essas são práticas importantes para manter a sustentabilidade da empresa com custos e competitividade alinhados ao mercado.
A pesquisa salarial consiste na coleta, análise e interpretação de dados salariais para entender a remuneração média de diferentes cargos e níveis hierárquicos, com o objetivo principal de garantir que os salários oferecidos pela empresa estejam alinhados com o mercado, auxiliando na atração e retenção de talentos, além de promover a igualdade salarial.
Para realizar uma pesquisa salarial eficiente, é necessário seguir alguns passos: Inicialmente, identificar os cargos e as funções relevantes para a organização. Em seguida, coletar dados de fontes confiáveis, e neste quesito a contratação de uma consultoria especializada torna o processo mais eficiente, por conta da confidencialidade das informações, análises estatísticas e proximidade com as tendencias de mercado.
Já a elaboração de uma tabela salarial compatível com o mercado envolve a categorização dos cargos, considerando fatores como experiência, formação acadêmica e responsabilidades. Manter essa tabela sempre atualizada é crucial, já que o mercado está em constante evolução.
As revisões periódicas, o acompanhamento de tendências e ajustes conforme as mudanças econômicas são essenciais para garantir a competitividade e a justiça salarial dentro da empresa.
Realize a gestão dos benefícios dos colaboradores
Além de remunerações justas e atrativas, os benefícios corporativos contribuem para o bem-estar dos colaboradores. Eles são também um excelente atrativo e auxiliam na atração e retenção de talentos, pois demonstra a preocupação da empresa com o trabalhador e sua qualidade de vida.
Entretanto, é preciso entender o momento econômico atual e verificar os impactos que eles podem ter no financeiro da empresa. Isso não significa que eles devem ser cortados. Pelo contrário, isso pode ser um “tiro no pé”, uma vez que contribuem para o employee experience positivo. Por isso, é essencial compreender os efeitos da inflação nesses benefícios corporativos.
Segundo um levantamento da Sodexo, divulgado pelo G1, o vale-refeição durava apenas 11 dias, em média, no ano passado. Se tomarmos uma jornada de trabalho de 22 dias, como é na maioria das empresas, o trabalhador precisa pagar metade da alimentação por conta própria.
Portanto, para frear uma possível frustração e contornar os impactos da inflação, a equipe de RH deve avaliar regularmente o pacote de benefícios – e não somente o vale-alimentação. Assim, é possível garantir que os benefícios entregues aos colaboradores correspondem às expectativas e não estão defasados. Além disso, com esse planejamento em mãos, os profissionais do setor podem apresentar ao financeiro os gastos pretendidos.
Conte com o apoio de soluções tecnológicas
O RH tem uma série de demandas diárias. Por isso, o apoio da tecnologia pode fazer muita diferença, incluindo a gestão da remuneração e dos benefícios.
Com a Plataforma HCM da Somos, o trabalho é otimizado e se torna mais dinâmico, de modo que o setor reduz de forma drástica erros, digitalizando processos e garantindo o compliance com a legislação trabalhista. Com a solução de Remuneração, o time ganha mais autonomia e agilidade, aumentando a eficiência da gestão das políticas salariais.
Entre os diferenciais, podemos destacar:
- Praticidade da gestão de propostas;
- Facilidade na tomada de decisões, com dashboards e analytics;
- Agilidade no gerenciamento das tabelas salariais;
- Automatização dos processos de solicitação, aprovação, validação e efetivação de propostas;
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